quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O idoso

Diz uma poesia :
Lembra-te de seu criador nos dias de sua juventude, antes que cheguem os dias maus e se aproximem os anos dos quais dirás “Não sinto prazer neles”. Antes que se obscureçam o sol e a luz, a lua e as estrelas, e retornem as nuvens depois da chuva. No dia em que ficam trêmulos os guardas da casa, curvando-se os homens vigorosos, e param de moer os moleiros, porque já são poucos, e se embaçam os que olham pela janela. Fecham-se as portas que dão para fora, enfraquece o ruído do moinho, quando a gente se levanta à voz do passarinho, e se enfraquecem as filhas do cântico. Quando se receiam as subidas, e se estremece no caminho plano. Quando a amoreira floresce, o gafanhoto se torna pesado e a alcaparreira não produz mais seu efeito, pois o homem se encaminha para a casa da eternidade, movimentando-se fora os que lamentam. Antes que se rompa o cordão de prata, se despedace a taça de ouro, a jarra quebre na fonte, e a roldana arrebente no poço; então o pó retorna para a terra tal qual era, e o espírito volta a Deus que o deu. Vaidade das vaidades.
Eclesiastes 12:1-8

No Ocidente do mundo, que pena que exista uma cultura tão errada perante à natureza do ser humano em essência e espírito, onde se despreza a convivência do idoso, daquele que ainda tem muito a ensinar e produzir. Renegado a asilos e ao relento, perambulam pelas cidades e campos à procura de pão ou se consomem em hospitais e clínicas por anos a fio, abandonados pela família e pelos próprios filhos, à mercê da sorte num mundo hostil. Em alguns lugares ainda se vê almas santas que acolhem e cuidam desses homens e mulheres, todavia não é a regra. Muitos esforços se fazem pela reversão desse quadro, mas o que importa no fundo é o por quê isso acontece, o que leva a sociedade a reprimir os idosos como bandos de animais errantes pela selva, que sacrificam os velhos em nome da existência da espécie.
Somos filhos de Deus, humanos racionais e possuídos de alma, sentimentos. Sabemos, temos consciência que um dia eles foram jovens como nós, e graças a eles existimos. Um dia seremos tais quais como eles, idosos, fracos, doentes, e o que nos espera, será que as pessoas não imaginam o que pode nos acontecer ? Colheremos o que plantamos hoje. Mudemos nossos pensamentos, nossas ações, façamos um mundo melhor para nossos filhos e nossos pais.
Uma criança é cheia de energia e vitalidade, todavia ignorante de experiência do mundo e da vida. O idoso que possui pouca energia e saúde, possui em contrapartida um mundo de ensinamentos úteis e experiências a passar, transmitir aos mais jovens, que muitas vezes são desperdiçados. Os adultos que estão na meia idade e comandam o mundo é que devem mudar esse cenário, agindo na conscientização, educando as novas gerações, recolhendo e registrando tudo o que puderem aprender dos mais experientes, proporcionando a eles um final de vida digno.

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