quarta-feira, 1 de abril de 2015

Filho Termonuclear

Série Emoções

No  chão nada cresce além de uma figueira vinda das terras do Brasil. E no ar aquele pó mortal que espalha tanta dor.
E cantam, pobres coitados, sós, tão desenganados.
Quando explodem o sol, o seu calor abrasa e cega sua luz. E o homem que o pariu dispõe-se a tudo destruir.
A morte está feliz e ri, ceifa nossas vidas.
No ano de dois mil e um não haverá quem diga que tudo existiu. E a lei será de quem for forte e retardar o fim.
O mundo virou deserto e seco, gélido e sem vida.
Mas então...
Mas então tudo mudou e o que eles nunca previram aconteceu no Amazonas onde restaram um homem e uma mulher que es esconderam, livres da poluição, onde puderam respirar. Ali criaram os novos homens alterados na genética pela radioatividade, capazes de possuir dons e poderes absurdos entre nós, comuns entre si. Homens únicos no planeta, privilegiados, culpados pelas dores dos antepassados e dispostos a pactuar entre si garantindo a paz.
Até quando ? Até quando ?
Notícia fria de uma manchete de jornal, compreensível paranóia do intelectual tentando reviver a aventura de Adão e Eva. Inútil, nem sequer a Amazonia existe mais...

Impossível no legado da humanidade
Algum ser sobrevivente
Porque seria fruto da caridade
De um Deus Onipotente

E mesmo possuidor de inteligência
Homem igual nunca mais
Que abandonasse sua ciência
Para venerar a paz.

Tudo é frio e escuro na Terra
Não há mais água nem pão
Provando que Ele não erra
Como dói o coração !

Saber que tudo aconteceu
E que somos mais culpados que eles
Matando o que não nasceu
Para criar o pior deles

Unicamente na história
Jamais se terá memória
Da necessidade em matar

O Filho Termonuclear

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