sexta-feira, 22 de junho de 2012

Serie Viajante Solitário - Conto 18


Eu nunca serei o que quero e desejo, a menos que compreenda que não pertenço a mim, e dedique esta vida a quem dela precise. E fazer enquanto o bem está no comando de minha alma, pois o mal ronda...
Solitariamente continuo meus caminhos, peregrinando pelas estradas.
Conheci o mal e o bem, pessoas que me deram vergonha e outras orgulho em viver e senti que nosso povo precisa de quem dê seu sangue pela pátria e acenda em todos os corações, de maus e bons, o orgulho em ser brasileiro para que todos juntos, sob sua liderança, façam justiça.
Vou ajudar quando minha viagem terminar. Mas... quando ?
Que dia lindo !
É manhã de primavera, as flores estão perfumadas.
Estou nas terras de alguém, mas ninguém há por perto e não me verão tomando banho nessa queda d'água.
Refrescante água, lava-me do passado e leva-me ao futuro; cubra-me de pureza e cobra-me o que não fiz. Sim, porque agora estou livre da sujeira de meu corpo mas não do compromisso que tenho com os que deixei, além dos que encontrei nessa jornada. Sinto que posso fazer algo por todos.
Percebo dentro de mim como mãos que direcionam meus pensamentos e idéias, por caminhos inimagináveis antes. Vibrações vindas de algum lugar. No Universo existem emanações em todas as frequencias imagináveis, algumas captadas por nossos sentidos como a faixa de áudio ou o espectro de luz visível; outras captadas apenas por aparelhos como a luz infra-vermelha e ultra-violeta, o raio X , o microondas, a faixa de Radio e TV; haver  então outras que nem os nossos sentidos ou os aparelhos possam captar. Que mensagens trarão elas ? Quem ou o quê poderá decifra-las? Os Quasars e Pulsars vem do infinito e pouco são compreendidos. A intuição e precognição que alguns seres humanos possuem são pra mim, exemplo da recepção de vibrações inexplicáveis vindas, não sei de onde.
De uma fonte de água fria certamente não é, e esta é a mais gostosa que vi. Tenho de ir, voltar ao início, uma longa jornada.
Água, a vida desse planeta que eu não sei até hoje porque não leva esse nome, pois ela está presente em quase todo o lugar basta observar os mares, rios, lençóis freáticos  subterrâneos, no ar, nas nuvens, nosso próprio corpo ‚ mais da metade desse líquido e sem falar nas plantas e outros animais. A chuva significa o ciclo de vida daqui, os mares não param de se agitar. Não fosse a água o planeta seria morto, sem movimento, sem vida. Seus pólos são água sólida, as massas de nuvens deslocam os ares fazendo os ventos, os ciclones, e chegam a descarregar toda sua fúria numa faísca durante uma tempestade. A água faz tudo isso. Pode ser pura e tranquila quando a apanhamos com as mãos para beber, ou violenta e mortal quando dos maremotos ou inundações. A água é vida, o sangue do planeta, a soberana rainha de nossas existências. Lava o corpo e a alma com eficácia absoluta, como a mim nesse momento. Saio d’água como um recém-nascido, livre de impurezas.
Preciso voltar. E dizer que sangue ‚ vida, que algumas antenas transmitem e captam ,outras apenas captam.
Fiz entender a importância da água, o quanto é vital ?
Fiz entender que existem mesmo mais coisas entre o céu e a terra ?
Tenho de voltar. Lembro disso com mais força a cada instante.
É preciso poupar água e eu darei da minha a quem tem sede, mas sem que antes transmita sem hesitar o que recebi... não sei de onde.

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