domingo, 20 de setembro de 2015

Migrante Solitário / Foi na Festa

Série Emoções

MIGRANTE SOLITÁRIO


Cheguei cansado da vida
Boca aberta e espantado
Entrei na cidade grande
Como um coelho acuado
Lugar triste e mal amado
Mas enorme como o mundo

Fiquei andando e sorrindo
Viajante, rei do trem
Mas vi criança chorando
Pelo leite que não tem
Cai nos braços de ninguém
Abandonada na vida


Mas a faca empunhei
Com raça de cabra bom
Finquei no vento que sopra
Mas não tinha a quem pegar
A desgraça era muita
E ninguém era o culpado
Fiquei sozinho na luta

Sentei na praça pensando
Da rapidez em correr
Lembrei da mula pastando
Senti medo de morrer
E meu corpo a perecer
Sem que alguém o sepultasse

Presenciei um assalto
E um roubo oficial
Perigoso olhar pro alto
Até mesmo em passar mal
Tudo é recorde mundial
Mas me enfeza ser assim

E a mala empunhei
Com raça de homem valente
Subi no trem de partida
Que bom voltar pra terrinha
Tão calma e jeitosinha
Minha casa é minha vida
Voltei de novo a luta

Deixar o ar de fumaça
E voltar ao campo aberto
Sentir o sol na cabeça
Retornar ao rumo certo
Não ver ricaço por perto
E sim minha gente humilde



  




FOI NA FESTA


Foi na festa do José
Em que vi você assim tão bonita
Então falei "Que linda?"
Entre um drinque e outro que te chamei
Para dançar, você então não respondeu
Que susto.
Eu te amo tanto, que menina linda
Vem falar comigo que eu não posso esperar
E naquele dia eu procurei te esquecer
Porque você nem olhou pra mim
Eu te amo tanto, que menina linda
Vou tentar fugir daqui pra não mais te ver
E o José me convidou
Pra na festa dele ir
Fui mas não pra divertir, que triste
Então você veio por detrás de mim
Me tocou, não pude aguentar
Você então se ofereceu
Para comigo dançar
Eu notei sem eus olhos: Te amo.




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