Série Emoções
MIGRANTE SOLITÁRIO
Cheguei cansado da vida
Boca aberta e espantado
Entrei na cidade grande
Como um coelho acuado
Lugar triste e mal amado
Mas enorme como o mundo
Fiquei andando e sorrindo
Viajante, rei do trem
Mas vi criança chorando
Pelo leite que não tem
Cai nos braços de ninguém
Abandonada na vida
Mas a faca empunhei
Com raça de cabra bom
Finquei no vento que sopra
Mas não tinha a quem pegar
A desgraça era muita
E ninguém era o culpado
Fiquei sozinho na luta
Sentei na praça pensando
Da rapidez em correr
Lembrei da mula pastando
Senti medo de morrer
E meu corpo a perecer
Sem que alguém o sepultasse
Presenciei um assalto
E um roubo oficial
Perigoso olhar pro alto
Até mesmo em passar mal
Tudo é recorde mundial
Mas me enfeza ser assim
E a mala empunhei
Com raça de homem valente
Subi no trem de partida
Que bom voltar pra terrinha
Tão calma e jeitosinha
Minha casa é minha vida
Voltei de novo a luta
Deixar o ar de fumaça
E voltar ao campo aberto
Sentir o sol na cabeça
Retornar ao rumo certo
Não ver ricaço por perto
E sim minha gente humilde
FOI NA FESTA
Foi na festa do José
Em que vi você assim tão
bonita
Então falei "Que
linda?"
Entre um drinque e outro que
te chamei
Para dançar, você então não
respondeu
Que susto.
Eu te amo tanto, que menina
linda
Vem falar comigo que eu não
posso esperar
E naquele dia eu procurei te
esquecer
Porque você nem olhou pra
mim
Eu te amo tanto, que menina
linda
Vou tentar fugir daqui pra
não mais te ver
E o José me convidou
Pra na festa dele ir
Fui mas não pra divertir,
que triste
Então você veio por detrás
de mim
Me tocou, não pude aguentar
Você então se ofereceu
Para comigo dançar
Eu notei sem eus olhos: Te
amo.
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