segunda-feira, 16 de abril de 2012

CAPÍTULO XII - AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

JESUS Mt 5:20,43-47

“Tendes ouvido o que foi dito: Amarás ao teu próximo e aborrecerás ao teu inimigo. Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem ao que vos odeia, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos de vosso Pai, que está nos céus, o qual faz nascer o seu sol sobre bons e maus, e vir a chuva sobre justos e injustos. Porque, se não amardes senão ao que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também assim? E se saudardes somente aos vossos irmãos, que fazei nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? – Eu vos digo que, se a vossa justiça não for maior e mais perfeita que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reio dos Céus.”

KARDEC

Se o amor do próximo é o princípio da caridade, amar os inimigos é a sua aplicação sublime, porque essa virtude constitui uma das maiores vitórias conquistadas sobre o egoísmo e o orgulho.
Jesus não entendia, ao dizer essas palavras, que se deve ter pelo inimigo a mesma ternura que se tem por um irmão ou um amigo. A ternura pressupõe confiança. Ora, não se pode ter confiança naquele que se sabe que nos quer mal. Esse sentimento, por outro lado, resulta de uma lei física: a da assimilação e repulsão dos fluidos.
Amar os inimigos é não lhes ter ódio, nem rancor, ou desejo de vingança. É perdoa-los sem segunda intenção e incondicionalmente, pelo mal que nos fizeram. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem em vez do mal. Mas veio o Cristo e disse: “Não resistais ao que vos fizer mal; mas se alguém te ferir na tua face direita, oferece-lhe também a outra”. Para o orgulhoso essa máxima parece uma covardia, porque ele não compreende que há mais coragem em suportar um insulto, que em se vingar. Por essas palavras, Jesus não proibiu a defesa, mas condenou a vingança.

OS ESPÍRITOS

A vingança é um dos últimos resíduos dos costumes bárbaros, que tendem a desaparecer dentre os homens.
Amai-vos uns aos outros, e serei felizes. Tratai sobretudo de amar aos que vos provocam indiferença, ódio e desprezo. O Cristo, que deveis tornar vosso modelo, deu-vos o exemplo dessa abnegação: missionário do amor, amou até dar o sangue e a própria vida. Amigos, lembrai-vos deste preceito: Amai-vos uns aos outros e então, ao golpe do ódio respondereis com um sorriso, e ao ultraje com o perdão.
Quando a caridade for a regra de conduta dos homens, eles conformarão os seus atos e a suas palavras a esta máxima: Não façais aos outros o que não quereis que os outros te façam. Então, sim, desaparecerão todas as causas de discórdias, e com elas, as causas dos duelos e das guerras, que são duelos entre povos.

O AUTOR

Toda a guerra tem um ponto de ignição que é o orgulho ferido, muitas vezes em nome do próprio Deus se inflamam o ódio e a vingança levando os homens a se consumirem nas chamas do combate. Ao final, cinzas de inimizade.
Homens de todas as nações e crenças, exercitem o perdão em suas vidas, nada mais triste que ver vizinhos empunhando lâminas verbais e dardos flamejantes que só resultam em dor. O perdão clareia a estrada sob nossos pés, colore a paisagem a sua volta, atrai a beleza da natureza, perfuma a brisa que refresca. O perdão desamarra as mãos sob as algemas do débito, abre as portas do coração à presença divina do Mestre e nos reconduz ao caminho da luz.
Bem-Aventurado aquele que compreende e vive este ensinamento de Jesus

FATOS E HISTÓRIAS

Masataka Ota: Perdão é o caminho para a paz. (Trechos de entrevista)
O Movimento da Paz e Justiça Ives Ota surgiu em setembro de 1997. Na época, Masataka Ota havia perdido seu filho num crime bárbaro. O menino Ives tinha sido seqüestrado e assassinado brutalmente.
O que mudou em sua vida após a morte de seu filho?
- Houve uma mudança em todos os sentidos, com a partida do Ives. Mudou totalmente a nossa versão sobre a vida, sobre o homem e sobre o mundo. Sempre digo à minha esposa que nosso filho é o nosso professor, nesta escola chamada vida, cuja lição é o perdão. E digo mais: Tudo acontece para contribuir para o nosso crescimento e felicidade plena.
Como você vê hoje os culpados pela tragédia?
- Acredito que eles se arrependeram do que fizeram, isto porque a essência do homem é divina, somos a imagem e semelhança de Deus. Como é possível reagir tão racionalmente diante de um crime bárbaro?
- Realmente nos primeiros momentos é compreensivo sentir a raiva, ódio e vontade de vingança. Então eu pensei na minha esposa, na minha filha, em meus pais e vi que de nada adiantaria, pois com isso eu seria condenado e só traria mais sofrimento para os meus familiares.
Para amenizar o ódio que sentia, fiz a Oração do Perdão, sete vezes ao dia. Senti que estava fazendo meu filho feliz. Na realidade, o homem quer dominar os outros e o mundo, mas sábio é aquele que consegue dominar a si mesmo.
O senhor gostaria de deixar alguma mensagem para as pessoas?
- É preciso que cada um de nós elimine o sentimento de ódio nos nossos corações. É esse sentimento que está destruindo as pessoas. Se o mundo todo acabar com o ódio, não existirá mais a violência, as guerras, os seqüestros, as doenças nem a falta de harmonia no lar. O perdão é o caminho para a realização da paz entre as pessoas.

Movimento da Paz e Justiça Ives Ota
www.ivesota.org.br
www.espaçorealuniversitario.com.br

COMENTÁRIO FINAL

Se a flor do perdão custa a desabrochar em seu coração, então ore, ore muito intensamente rogando ao Criador abrir os caminhos para que ela rompa as barreiras do ressentimento, aflorando enfim em vivas cores.

FOTO OU ILUSTRAÇÃO


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