sexta-feira, 18 de maio de 2012

Serie Viajante Solitário - Conto 11


Como flores.
Bebo sangue inocente, e qual o Cavaleiro das Trevas amargurado e impiedoso, prossigo.
Viajante solitário.
Amor a poesia não combinam definitivamente com a poeira da estrada e as injustiças do mundo, duras e reais como a fome, desmontando nossos sonhos juvenis de liberdade, igualdade e fraternidade. Meus pés incham mas não posso parar, preciso chegar lá onde ensinarei tudo o que aprendi.
Me matarão no caminho ?
O mal tem sua força, admito, superior a minha e comparado sou como a formiga no chão, que batalha indiferente a tudo até ser pisada pelo mais poderoso. Contudo trago comigo algo mágico que me dá razões para tudo enfrentar. Que vontade eu tenho de gritar, berrar com toda força as coisas que preciso dizer, sem medo, embora fosse chamado de louco, bêbado, talvez internado.
Paciência, meu amigo, respire fundo e continue andando, espere o dia chegar, reflito nisso um pouco. Olho para trás, quilômetros de terra produtivas sem ocupação nenhuma, apenas as aves e pequenos animais do campo percorrem-nas em suas extensões. Ouvi e aprendi que Deus ao criar esse mundo não concedeu a ninguém o direito de possui-lo sozinho, os espertos tomaram conta. Tenho certeza que o Criador se fosse dividir daria partes iguais a cada um de nós independente de cor, raça, posição social, inteligência, o suficiente para um teto ou um meio de sobreviver. Enquanto cultivamos cada vez mais as diferenças entre nós, Ele pregaria a igualdade absoluta. Enquanto procuramos cada vez mais riqueza em detrimento de outros, Ele ensinaria que devemos repartir, que nada de concreto se leva daqui senão a fraternidade e o amor.
Coisas que pelo caminho se tornam tão claras como a água pura da montanha, aquela da qual Moisés trouxe a Lei, a que se pode ver a quilômetros, o trono de Deus. Ser  uma miragem ou ela existir  … minha frente, um dia lá chegarei ileso ? Isso que sinto ser  vertigem, sede, ou estarei morrendo ?
Anoiteceu.
Faz algumas horas que parei sob essa  árvore.
Dei graças porque tem uma fruta doce que matou minha sede e fome.
A lua ergueu-se tímida por detrás da montanha e ilumina de prata a relva, meu rosto e a brisa suave confirma que sou um homem livre, livre para percorrer os campos quanto tempo quiser, para falar tanto quanto calar desde que não prejudique ninguém que esteja ao lado do bem. A liberdade, linda liberdade ‚ como um manjar delicioso, que se não for comido com disciplina e responsabilidade fará mal ao estômago e ao resto do corpo, doutra forma será suavemente apreciado trazendo grande prazer.
Felicidade enfim
Algo que se pode conquistar
Um sonho
Amor em noite estrelada !

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